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A resistência induzida em plantas pode ser ativada por uma série de substâncias, entre as quais, o ácido salicílico e seus análogos (Gozzo, 2003). O ácido salicílico (AS) foi o primeiro composto derivado de plantas demonstrado como indutor de resistência sistêmica adquirida (RSA). Posteriormente, um análogo de AS, ácido 2,6 dicloroisonicotínico (INA) foi o primeiro composto sintético a ativar RSA (Kessman et al., 1994; Oostendorp et al., 2001). Recentemente, outro análogo do AS, éster S-metil do ácido benzo-(1,2,3)-thiadiazole-7-carbotióico (BTH), comportou-se como ativador potente de RSA, possibilitando a proteção em condições de campo, contra um amplo espectro de doenças em diversas plantas (Castro et al., 2000; Perez et al., 2003; Cia, 2005; Töfoli & Domingues, 2005).
Na cultura do mamoeiro, a ocorrência de doenças fúngicas em nível de dano é muito freqüente, sendo que um dos fatores limitantes à produção é a presença das podridões de Phytophthora, da pinta preta ou varíola e das podridões pós-colheita (Oliveira & Santos Filho, 2000). Para o controle destas doenças, diversas medidas são recomendadas, sendo que a mais utilizada pelos produtores tem sido o tratamento com fungicidas. No entanto, em longo prazo, além do surgimento de isolados dos patógenos resistentes às substâncias químicas utilizadas, os resultados para a sociedade como um todo e para o ambiente podem se tornar negativos, devido a poluição causada pelos resíduos (Ventura et al., 2003). Visando eliminar estes inconvenientes, um dos métodos preconizados tem sido o da utilização de indutores de resistência.
Entre os indutores abióticos, destaca-se o Acibenzolar-S-methyl (ASM), um produto que interfere nos processos fisiológicos/bioquímicos das plantas, podendo ativar resistência sistêmica aos agentes patogênicos. Esse ingrediente ativo pertence à classe química benzothiadiazole e é o primeiro representante de uma nova categoria de produtos utilizados na proteção de plantas, também chamados de ativadores de plantas ou indutores de resistência (Lawton et al., 1996; Yamaguchi, 1998). O mesmo vem sendo avaliado em diversas culturas, entre elas a do mamoeiro (Benato et al., 2002; Zhu et al., 2003; Cia, 2005; Oliveira, 2005).
Referências
BENATO, E.A.; PASCHOLATI, J.M.M.; SIGRIST, J.M.M.; CIA, P.; SANTANA, S.L.; CAMILI, E.C.; SILVA, C.A.R. Viabilidade do controle de antracnose em mamão pós-colheita através de indução de resistência por acibenzolar-S methyl. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 27, suplemento, p. S84, 2002. (Resumo)
BENELLI, A.I.H., DENARDIN, N.D. & FORCELINI, C.A. Ação do acibenzolar-S-metil aplicado em tubérculos e plantas de batata contra canela preta, incitada por Pectobacterium carotovorum subsp. atrosepticum atípica. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.29, n.1, p.263-267. 2004.
CASTRO, R.M.; VIEIRA, M.; SCANAVACHI, V.; GUICHERIT, E. Redução na severidade de doenças e incremento da produção e qualidade dos frutos de tomate estaqueado em áreas comerciais através da aplicação do ativador de plantas acibenzolar-methyl. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.25, p.457, 2000. Suplemento.
CAVALCANTI, L.S.; RESENDE, M.L.V. Efeito da época de aplicação e dosagem do acibenzolar-S-metil na indução de resistência à murcha-de-Verticillium em cacaueiro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.30, n.1, p.67-71. 2005.
CIA, P. Avaliação de agentes bióticos e abióticos na indução de resistência e no controle pós-colheita de antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) em mamão (Carica papaya). 2005. 197 p Tese (Doutorado). ESALQ, Piracicaba, 2005.